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“Deu uma
folheada nos dois livros que acabara de apanhar. Um deles, o mais antigo, era
um relato das assombrações de Borley Rectory, a casa mais mal assombrada da
Inglaterra. A lombada do livro já estava bem esfarrapada, e as chapas
fotográficas já estavam tão cinzas e embaçadas que eram praticamente
indistinguíveis. Uma foto que ele imaginara ter sido um momento de muita sorte
(ou montada) de uma aparição fantasmagórica acabou por se tratar, quando ele
examinou a legenda, de um retrato do próprio autor”.
“Gordon Way jazia
no chão, incerto sobre o que fazer. Estava morto.”
– Quem é...?
– Você está falando com
Svlad, vulgarmente conhecido como ‘Dirk’ Cjelli, atualmente negociando sob a
alcunha de Gently por motivos que seriam desnecessários, no momento, de serem
repetidos. Desejo-lhe uma boa noite. Se quiser saber mais, estarei no Pizza
Express na Upper Street em dez minutos. Traga dinheiro.
– Dirk? – exclamou Richard.
– Você... Está tentando me subornar?
– Não, seu besta, é para as
pizzas. – Houve um estalido. Dirk Gently havia desligado o telefone.
– E a senhora
Roberts? Como ela está? O pé ainda está dando trabalho a ela?
– Não desde que ela o
amputou, mas obrigado por perguntar, senhor. Entre nós, eu teria ficado mais
feliz se tivessem amputado ela e deixado o pé. Já tinha até um pequeno espaço
reservado para ele em cima da lareira, mas sabe como é, temos que aceitar as
coisas como elas são.
– Perceba, essas coisas, –
disse a Richard que estava desconcertado, – são fáceis. Serrar uma mulher ao
meio é fácil. Serra uma mulher ao meio e depois juntar os pedaços novamente é
menos fácil, mas dá para ser feito se praticado. O truque que você descreveu
com o vaso de duzentos anos e o saleiro da faculdade é – fez uma pausa para dar
mais ênfase – completa e totalmente inexplicável.
Trechos extraídos de Dirk Gently's Holistic Detective Agency
Douglas Adams, 1987
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